quinta-feira, 13 de março de 2014

CANSEI DE CANSAR...





CANSEI DE CANSAR... 

DO TUDO PRA ONTEM,

DO VOCÊ ME DIZER QUE É UM SER ATRIBULADO, EFICIENTÍSSIMO E, PORTANTO, QUE NÃO TEM TEMPO PARA ME ESCUTAR TERMINAR MINHA FRASE AO TELEFONE, MESMO QUE AQUILO QUE EU TENHA A LHE DIZER SEJA DO SEU INTERESSE, POIS VOCÊ TEM OUTRAS TAREFAS A CUMPRIR, E TANTAS OUTRAS PESSOAS A ESCUTAR. 


CANSEI DE CANSAR...

DA EFEMERIDADE,

DO TUDO PRA UM SEGUNDO ATRÁS E DO NADA PARA AGORA.



CANSEI DE CANSAR...

DE NÃO TER ALTERNATIVAS.



CANSEI DE CANSAR...

DO ...........................



CANSEI DE CANSAR...



CANSEI.



Cláudia S. Coelho



Adendo:

Gostaria de acrescentar a observação que um grande amigo, o professor José Augusto Carvalho, fez quando pedi que tecesse alguns comentários sobre os versos acima:

“Cláudia, o final de seu poema faz pensar que você se cansou de cansar...("Cansei do... Cansei..."). Não acrescente mais nada. Está completo o poema. 
Dizia Saint-Exupéry, em alguma parte de sua obra, que a perfeição existe não quando não há coisa alguma a acrescentar, mas quando não há nada a tirar.”

Ao ler o carinhoso comentário de meu amigo transcrito acimo e ater-me às entrelinhas e não às linhas, percebi que meu poema poderia até estar completo, mas longe de estar perfeito – e nem era essa minha pretensão – os versos foram criados em um momento de desabafo interno – "desabafo interno", poderia haver paradoxo maior?!

Proponho, então, que as palavras de Saint-Exupéry, que ainda ressoam em mim,

A perfeição existe, não quando não há coisa alguma a acrescentar, mas quando não há nada a tirar.

levem-no à reflexão, assim como os versos que criei para mim, para você.

Por fim, gostaria de ressaltar que também "cansei de cansar" da impaciência, da falta de educação e da grosseria para as quais sempre há uma desculpa. 



Com abraços cansados, nunca exaustos e sempre reflexivos, 

Cláudia S. Coelho






Nenhum comentário: